Terra Fria


Eu lembro de uma terra fria
onde o vento toca a face
impregnado com desejos penetrantes
Um lugar pleno de tristeza
que no íntimo ainda
conserva algo da beleza
do homem antes
do ser errante

Eu lembro do frio do não existir
e da tranqüilidade de haver ali
De sentar no vazio
Meditando a respeito do nada
Apreciando a imensidão
Do tudo que esta por vir

Eu lembro do gosto do pó
De variar o pensamento
duvidar da realidade
e perder-me na constância
do firmamento

Eu lembro de vestir meu manto
Manto este rendado com fios
de certeza
Lembro ainda do fio puxado
pelo silencioso segredo que
reside no coração dos homens

O segredo selado, mantido apenas
por pensamentos esperançosos
e o prazer de saber
que o charme se romperia
se revelado

Lembro que não tão somente o vento
mas também o sol matinal
tocava a minha face
E após o toque carinhoso
me olhava com um bem querer cínico
impulsionando rumo a vida
camuflando o abismo
por trás de cada decisão

Eu lembro de esquecer
deste lugar que me seduz
Hoje desamparado
Por viver num mundo vazio
carregando o peso do corpo
como se fosse minha própria cruz

Lembro daquela terra fria
absorto em nostalgia
percebendo que o hoje
é bem diferente
do que sonhei naqueles dias.

G.B

Rio de Janeiro 09/07/2009

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